O Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, foi criado para trazer atenção a luta destas mulheres, assinalando os diferentes pontos de partida e necessidades especificas dessas mulheres na luta feminista. Aqui no Brasil a data foi concedida à Tereza de Benguela, liderança quilombola que lutou contra a escravidão da população negra.
Ressaltamos no dia de hoje uma reflexão que deve ser levada para o dia a dia de toda população, entidades e movimentos, tanto no sentido de dar visibilidade as grande guerreiras negras que fizeram a história de luta de nosso país e continente, como para ampliarmos nossas visões sobre a tripla opressão que a maioria das mulheres negras vivem, de Classe, de Gênero e de Raça.
O Brasil possui altos índices de feminicídio e violências contra as mulheres, que são mais concretados entre as negras, assim como as atividades profissões mais precarizadas são ocupadas por majoritariamente por mulheres negras, mais uma herança cruel da escravidão. O desemprego é mais elevado entre as negras e a contratação formal a cada ano diminui, colando essas mulheres na informalidade.
Em luta, as negras, conclamam “Negras pela Paz. Basta de tiros e de prisão, basta de execução”. Os casos de violência nos quais a maior vítima é a população negra. Pessoas negras são assassinadas em razão do racismo estrutural da sociedade e a frequência desses casos aumentam entre as mulheres e jovens. Mães pretas veem a vida de seus filhos ceifadas pelo genocídio e o feminicídio tem como seus principais alvos as mulheres negras.
Entremos todos e todas nesta luta, pelo bem viver das mulheres negras e por um país sem desigualdades!
HISTÓRIA:
Desde 1992, quando foi realizado na República Dominicana o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, o dia 25 de julho foi definido como o Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. Além disso, em 2014, a Lei nº 12.987, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, definiu que na data também se celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza foi uma líder quilombola que viveu durante o século XVIII e que foi rainha de um quilombo, que liderou por duas décadas, ajudando a comunidade negra e indígena a resistir à escravidão. O quilombo foi desfeito em 1770, quando as forças de Luiz Pinto de Souza destruiu o local e matou ou aprisionou os 79 negros e 30 índios que ali viviam.